Que Aborrecido!Meus dias de rapaz, de adolescente,
Abrem a bocca a bocejar sombrios:
Deslizam vagarozos, como os rios,
Succedem-se uns aos outros, egualmente.
Mas não ter eu aspirações vivazes,
E não ter, como têm os mais rapazes,
Olhos boiando em sol, labio vermelho!
Quero viver, eu sinto-o, mas não posso:
E não sei, sendo assim, emquanto moço,
O que serei, então, depois de velho...
António Nobre, in 'Só'
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